Paralisia Cerebral
A Paralisia Cerebral (PC) é a condição neurológica mais comum da infância, causada por uma lesão no cérebro ainda em desenvolvimento, geralmente até os dois anos de idade. Essa lesão não é progressiva, mas seus efeitos sobre músculos, ossos e articulações podem evoluir ao longo do crescimento.
Entre as manifestações estão: rigidez ou fraqueza muscular, dificuldade para controlar os movimentos, alterações no equilíbrio, deformidades posturais e limitações motoras. Em alguns casos, também podem ocorrer distúrbios de fala, deglutição, comportamento, cognição e crises epilépticas.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela avaliação clínica do desenvolvimento motor e postural da criança, aliado a exames de imagem do cérebro e testes complementares que analisam nervos e músculos. Os sinais que levantam suspeita: atraso para sentar, engatinhar ou andar, movimentos involuntários, rigidez exagerada, dificuldade em abrir as pernas, andar na ponta dos pés, quedas frequentes ou assimetrias no corpo.
 
															O acompanhamento com ortopedista pediátrico é fundamental porque, com o crescimento, a Paralisia Cerebral pode levar a:
• Contraturas musculares (encurtamento que limita movimentos);
• Luxação ou subluxação dos quadris (frequente em crianças que não andam);
• Deformidades nos pés (pé torto, pé plano, andar na ponta dos pés);
• Alterações na coluna (como escoliose);
• Dor crônica e desgaste articular se não houver tratamento adequado.
Essas complicações não surgem de imediato, mas evoluem com o tempo — e só o acompanhamento contínuo permite preveni-las ou corrigi-las precocemente.
O tratamento da Paralisia Cerebral é sempre individualizado e multidisciplinar, envolvendo fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, uso de órteses e, quando necessário, intervenções médicas ou cirúrgicas. O ortopedista pediátrico atua em pontos-chave: monitoramento da postura e marcha, vigilância da saúde do quadril, indicação de órteses e, em alguns casos, cirurgias corretivas para liberar músculos encurtados, alinhar membros e melhorar a mobilidade.
Na prática, os pais devem:
• Manter uma rotina regular de terapias de reabilitação;
• Observar sinais de dor, piora da rigidez, dificuldade para se movimentar ou assimetrias nos membros;
• Realizar consultas periódicas para ajustar as condutas de acordo com cada fase de crescimento;
• Seguir orientações de posicionamento e exercícios em casa;
• Garantir acompanhamento multidisciplinar, já que o cuidado integrado melhora de forma significativa a qualidade de vida.
Com preparo adequado, apoio familiar e seguimento próximo, a criança pode alcançar maior conforto, independência nas atividades do dia a dia e participação social em diferentes fases da vida.
