Malformações congênitas

As malformações congênitas ortopédicas são alterações estruturais ou funcionais presentes desde o nascimento que afetam ossos, músculos e articulações. Elas podem comprometer a mobilidade, o desenvolvimento motor e a postura, e variam de condições leves a deformidades complexas. Entre os exemplos mais comuns estão a hemimelia tibial ou fibular (ausência parcial de ossos da perna), deformidades do quadril, pés tortos congênitos, artrogripose (articulações rígidas) e alterações na coluna vertebral ou nos dedos das mãos e pés, como sindactilia ou polidactilia.

Diagnóstico

O diagnóstico das malformações congênitas é feito através da análise clínica detalhada, avaliação do histórico familiar e exames de imagem, como ultrassom pré-natal, radiografias ou ressonância magnética, dependendo da região afetada.

O acompanhamento ortopédico desde os primeiros meses de vida é fundamental, pois permite:

  • Monitorar o crescimento e o desenvolvimento da criança, prevenindo deformidades secundárias;

  • Planejar intervenções cirúrgicas nos momentos mais adequados para minimizar complicações e otimizar resultados;

  • Orientar o uso de órteses e dispositivos auxiliares, promovendo alinhamento postural e melhora da função;

  • Detectar alterações progressivas que podem surgir com o crescimento, garantindo ajustes no tratamento antes que comprometam a mobilidade;

  • Integrar cuidados multidisciplinares, envolvendo fisioterapia, terapia ocupacional e outros profissionais de saúde, de acordo com a necessidade.

O tratamento das malformações congênitas é individualizado, considerando o tipo de deformidade, idade e necessidades da criança. Entre as estratégias de cuidado estão:

  • Cirurgia corretiva: procedimentos para alinhar ossos, corrigir deformidades, separar dedos fundidos ou remover excesso ósseo;

  • Reabilitação motora: fisioterapia e terapia ocupacional para fortalecer músculos, melhorar a coordenação e adaptar a criança às atividades diárias;

  • Uso de órteses e próteses: dispositivos que apoiam a função dos membros afetados, corrigem desalinhamentos e auxiliam na marcha;

  • Acompanhamento contínuo: visitas regulares ao ortopedista pediátrico garantem monitoramento do crescimento e ajustes no tratamento, prevenindo complicações e promovendo independência funcional;

  • Envolvimento da família: o suporte dos cuidadores é essencial para aplicar orientações em casa, incentivar exercícios e acompanhar a evolução da criança.

Com acompanhamento especializado, intervenções precoces e suporte contínuo, é possível melhorar significativamente a função motora, prevenir deformidades progressivas, favorecer a independência e promover qualidade de vida. O papel do ortopedista pediátrico é central para planejar cada etapa do cuidado, garantindo que o desenvolvimento da criança ocorra de forma segura e funcional.