Pé Torto Congênito: Método de Ponseti.
O Pé Torto Congênito Idiopático é a deformidade músculo esquelética congênita mais comum ao nascimento. É duas vezes mais frequente em meninos e bilateral na metade dos casos. A deformidade do pé tem vários componentes e estes são:
- Aduto (parte anterior do pé para dentro)
- Equino (pé para baixo)
- Cavo (aumento do arco do pé)
- Varo (parte posterior do pé para dentro)
O tratamento mais difundido hoje e com os melhores resultados é o Método de Ponseti. Este método consiste na realização de manipulações e gessos seriados com trocas semanais, procedimento que deve ser sempre realizado sempre pelo ortopedista e um auxiliar.
Serão em média 5 – 7 gessos, podendo ser mais ou menos, a depender da sua gravidade e do grau de correção obtida semanalmente. Depois do último gesso, é realizado um pequeno procedimento cirúrgico no tendão da panturrilha (tenotomía do tendão de Aquiles), e colocado mais um gesso que deve permanecer por 3 semanas.
Depois destas 3 semanas, o paciente retornará ao consultório com a órtese de Dennis Brown (órtese de abdução), e os pais serão orientados sobre a colocação da mesma, passo a passo. A cada consulta serão dadas todas as orientações sobre os cuidados com os gessos e uso da órtese.
Como parte do Método de Ponseti a criança deve usar a órtese de abdução 23h ao dia durante os primeiros 3 meses, e posteriormente 14h ao dia até os 4 anos de idade. Será marcado um retorno um mês após a colocação da órtese. Este retorno é muito importante para avaliar a adaptação da criança à órtese e resolver todas as dúvidas dos pais sobre o resto do tratamento. Logo as consultas de retorno passarão a ser trimestrais, semestrais e anuais, sendo importantes para avaliar sinais de recidiva (retorno da deformidade) durante os anos de crescimento.
Para o sucesso do tratamento é fundamental uma boa relação médico-paciente/pais, sempre criando um ambiente de confiança, paciência e amor.